Como um vento, minha amiga Piriquitinha bailava e brilhava no Ilê Axé Ogunjá. Quando nossos olhares se cruzavam no barracão, era certeza de um sorriso gostoso ou de uma 'quebrada' na dança dos Voduns.
Sentirei falta dessa sua presença na Casa de Ogunjá. Sentirei falta da sua dança nagô, do 'coçar a barriga' e do carinho compartilhado ao longo desses anos de macumba.
Um Vento nos dá a vida e, quando ele completa o seu ciclo, nos leva dela.
Aqui ficam as minhas saudades e os meus respeitos a você, minha irmã. Também fica a minha revolta pela violência ao qual o nosso povo negro é submetido ao longo dos tempos.
*Em memória de Piriquitinha de Ewá.
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