
Em meio à loucura de tantas pessoas com câmeras em punho, a festa de Yemanjá tornou-se um verdadeiro bang-bang fotográfico. Sem respeito, sem ética e, principalmente, sem criatividade e inspiração, essas pessoas conseguem desrespeitar tudo que circunda as homenagens à Mãe d'Água.
Muitos estão ali para tentar fazer uma "grande fotografia", para que no dia seguinte – se não no mesmo – possa publicar no Facebook, no Instagram ou em qualquer outra rede social, embora muitas delas desconheçam o real sentido do “2 de fevereiro” na Bahia; Embora muitas delas nem saibam quem é Yemanjá; Embora muitas delas nem mesmo tenham “fé”.
De nada adiantaram as palavras do Rui Rezende, no dia 31 de janeiro: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=514908575291686&set=a.122031944579353.22214.100003176450628&type=1&theater.
Respeito é para poucos!
Fico imaginando a apreensão da minha amiga e filha das Águas Amanda Oliveira Fotografia – fotógrafa dedicada às pesquisas sobre as festas de Yemanjá – ao se deparar com o Rio Vermelho daquela forma. Como produzir naquele campo minado? Como fazer uma fotografia sem que apareça um papagaio de fotógrafo apontando uma câmera em sua direção? Espero que a Dona da Festa tenha iluminado seus caminhos.
Acho que o que nos resta é buscar nas frestas da festa as manifestações de Yemanjá no seu estado mais verdadeiro; Quando a Mãe vem abraçar os seus filhos pela fé, pela devoção e pela gratidão por sua luz.
"... só quem tem Santo é quem entende..."
Odó Ìyá!
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